Com o fim do ano se aproximando, economistas e analistas começam a fazer suas projeções para os próximos 365 dias.
E é nessa hora que se torna mais importante do que nunca estarmos atentas às informações. já que é momento de colocar o planejamento em dia para tirar o máximo proveito dos investimentos ao longo do ano que se inicia.
Na última semana, a Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, realizou um evento virtual com a participação do professor de finanças William Eid. E do estrategista-chefe de ações e multimercado da BBDTVM – uma das maiores gestoras de fundos de investimento do Brasil – , Marcelo Arnosti, para debater as perspectivas dos investimentos em 2022.
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Segundo Eid, a inflação vai permanecer sendo um dos principais entraves ao desenvolvimento econômico. Tanto no Brasil, quanto no mundo. Por aqui, segundo as projeções do relatório Focus, a alta dos preços deve girar ao redor de 5,03% nos próximos 12 meses.
Além disso, 2022 é ano de eleições presidenciais e de governadores, evento que sempre aumenta a temperatura dos embates políticos e acaba provocando pausas nas votações do Congresso. Como consequência, teremos um período de grande volatilidade no mercado de ações.
Para Eid, o risco fiscal brasileiro continuará no radar, principalmente por causa do Auxílio Brasil e da PEC dos Precatórios. “Esse cenário aumenta a preocupação dos investidores externos. No entanto, é algo que já foi bem pior, como na década de 1980”, disse.
Segundo as previsões do especialista, o dólar manterá a tendência de alta, cotado próximo a R$ 6, enquanto a bolsa deverá, na melhor das hipóteses, repetir os níveis atuais. A depender dos acontecimentos, novas quedas não são descartadas.
No que diz respeito à renda fixa, Eid lembra que, em 2021, a inflação esteve muito maior do que a rentabilidade dessa categoria de investimento
No entanto, ele afirma que, em 2022, a relação entre as duas coisas – rentabilidade da renda fixa e inflação – estará mais próxima. O que significa que o investimento será mais vantajoso, por acompanhar mais de perto a alta dos preços. Para a equipe de análise de fundos de investimentos da XP, 2022 pode trazer uma Taxa Selic de 11,5%, aumentando a atratividade dos investimentos de renda fixa.
Já Marcelo Arnosti, da BBDTVM, mostrou preocupação com a variante ômicron, que ainda desperta algumas dúvidas sobre a eficácia das vacinas. No curto prazo, haverá certa cautela por medo de uma nova onda da pandemia de Covid-19, o que deve frear a retomada da atividade econômica de maneira mais expressiva.
Além disso, as decisões do Fed – o Banco Central nos Estados Unidos – despertam atenção sobre o mercado de ações. Se a redução de estímulos à economia norte-americana for realmente concretizada pelo presidente Joe Biden em 2022, como ele vem ameaçando há alguns meses, o desempenho dos papéis comercializados nas bolsas norte-americanas pode sofrer alguma queda.
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Para Arnosti, no entanto, essa freada econômica não deve acontecer tão cedo, principalmente por causa dos fracos dados de emprego e do aumento do número dos casos de Covid-19. O adiamento dessa medida é alvo de otimismo, já que alivia a pressão sobre as empresas instaladas no país. Ainda para o especialista, os países desenvolvidos devem vivenciar algum crescimento ao longo de 2022.
Já os analistas da XP alertam para outro ponto importante: a economia chinesa. Atualmente, o país passa por uma desaceleração econômica que, se persistir, terá impactos no mundo todo, principalmente em países emergentes como o Brasil.
Em relação ao mercado de criptomoedas, os analistas avisam que os riscos e a volatilidade devem continuar. Por isso, a recomendação é apostar, no máximo, 5% do patrimônio nas moedas digitais.
Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada
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